Atualizado em 14 de fevereiro de 2023 às 10h02
Os percevejos são considerados uma das mais importantes pragas no sistema de produção de soja e milho. Isso porque em função das dificuldades de manejo e dos grandes prejuízos causados, os produtores tiveram que adotar novas estratégias de controle.
Para deixar você por dentro das informações mais importantes sobre essa potencial ameaça, elaboramos este artigo explicando o que é percevejos, quais são os tipos e como combatê-los de forma eficiente. Excelente leitura!
Percevejos pertencem à ordem Hemiptera, formado por insetos sugadores que se alimentam introduzindo o aparelho bucal nas folhas, troncos, raízes e grãos ou sementes.
Eles são caracterizados por um aparelho bucal sugador denominado rostro (conjunto de peças alongadas e estreitas). O ciclo de vida dos percevejos varia conforme a espécie e a temperatura da região. Quanto mais quente, mais rápido o ciclo se completa, compreendendo as fases de ovo, larva, ninfa e adultos.
Assim como a maior parte dos hemípteros, os percevejos alimentam-se da seiva da planta, o que prejudica o desenvolvimento sadio do vegetal e favorece a transmissão de doenças microbianas e viróticas. Veja mais sobre os impactos desta praga no próximo tópico.
De modo geral, os percevejos são pragas agrícolas que podem prejudicar seriamente a produtividade e a qualidade dos grãos e das sementes, impactando o rendimento da lavoura e reduzindo o valor comercial do produto.
Isso porque ao se alimentar da seiva da planta, o percevejo causa a má formação dos grãos e retardamento da maturação, com retenção foliar e permanência das hastes verdes, dificultando a colheita.
Já as sementes atacadas, apresentam tamanho, peso, poder de germinação e vigor reduzidos, além de ficar com aspecto atrofiado e enrugado. Isso leva a condenação do material colhido, não podendo ser destinado a comercialização de sementes.
Além disso, é importante destacar que os percevejos favorecem a transmissão de microrganismos prejudiciais às plantas cultivadas, como a levedura Nematospora coryli Peglion, que resultam em necrose dos tecidos das sementes comprometendo sua germinação e vigor.
Na cultura da soja os primeiros danos ocorrem na etapa reprodutiva, a partir da formação das vagens. Nesta fase, tanto os percevejos na fase de ninfas quanto adultos alimentam-se da seiva da planta, ocasionando a má formação e queda dos grãos.
Na cultura do milho a fase de desenvolvimento vegetativo é o momento mais crítico do ataque da praga, principalmente o percevejo-barriga-verde (Dichelops furcatus). Essa espécie costuma atingir o tecido meristemático levando a deformação das plantas, e consequentemente reduzindo a produção.
Os percevejos são considerados uma das pragas de maior relevância econômica no Brasil, uma vez que eles impactam diretamente a produtividade da soja, milho, sorgo e trigo, culturas de grande relevância para o país.
O clima no território brasileiro, predominantemente tropical, favorece a ocorrência e o desenvolvimento dos percevejos, o que, aliado a manejos inadequados de defensivos químicos, tem contribuído para o desenvolvimento de resistência e vem dificultando o controle dessa praga.
Dentre os fatores que favorecem o surgimento e infestação dessas pragas podemos citar:
● Presença de plantas hospedeiras o ano todo;
● Plantas remanescentes de safras anteriores (Tigueras);
● Condições climáticas favoráveis;
● Altas temperaturas;
● Inverno ameno.
São 3 as famílias dos percevejos com importância para a agricultura:
Família Pentatomidae: alimentam principalmente de grãos;
Família Cydnidae: são considerados polífagos e sugadores de raízes;
Família Alydidae: também são sugadores de grãos.
Para realizar um manejo efetivo, é fundamental conhecer o tipo de percevejo que está prejudicando a sua lavoura. Portanto, listamos aqui as espécies mais nocivas:
O percevejo marrom (Euschistus heros) é uma das principais pragas da cultura da soja. Com uma coloração mais escura e espinhos nos prolongamentos laterais do pronoto, o seu ciclo dura em média 25 dias.
Normalmente, eles sugam a seiva das hastes e os ramos da cultura, mas os maiores danos ocorrem quando eles atacam as vagens em formação, ocasionando má formação de grãos.
Além da soja, o percevejo marrom também costuma ocorrer na cultura do milho, algodão, pastagens, girassol, entre outras. Para controlá-lo, recomendamos as técnicas de Manejo Integrado com bioinseticidas aliados a inseticidas com ação seletiva.
Já o percevejo-barriga-verde (Dichelops furcatus) causa maiores prejuízos à cultura do milho, mas também atacam as lavouras de soja, algodão, trigo, entre outros. Por meio da sucção de seiva, eles provocam o amarelecimento das plantas e lesões semelhantes a pontos nas folhas.
Essa espécie de percevejo, costuma ter coloração castanho amarelado e manchas acinzentadas, mas com o abdômen verde. Também possui espinhos nas expansões laterais do pronoto.
Para manejá-lo, o uso combinado de defensivos químicos e biológicos, juntamente com outras técnicas, costumam proporcionar os melhores resultados. O preparo do solo e o controle de ervas daninhas, por exemplo, são essenciais para evitar a proliferação da praga.
Como o próprio nome sugere, o percevejo-asa-preta-da-soja ocorre frequentemente na cultura da soja. Essa espécie tem como planta hospedeira, a uva, algodão, leguminosas, tabaco, girassol, entre outros.
Durante a sucção da seiva, ela pode reduzir a produtividade e a qualidade dos grãos (por desviar os nutrientes durante o enchimento de grãos). Portanto, também representa uma grande ameaça aos produtores.
Para controlá-lo, recomendamos as técnicas de Manejo Integrado com bioinseticidas aliados a inseticidas com ação seletiva.
Como mencionamos anteriormente, o Manejo Integrado é o método de controle mais adequado para o percevejo. Confira abaixo o conjunto de estratégias que podem ser aplicadas na lavoura.
A primeira etapa para começar o manejo é o monitoramento da lavoura. Por meio dessa técnica, o produtor consegue medir o nível de infestação e definir as melhores estratégias.
É importante ressaltar que o monitoramento deve estar atrelado à fase fenológica da planta, ou seja, quando a praga apresentar riscos de danos econômicos. Por isso, o controle começa quando há dois percevejos por metro linear na fase de grãos e um por metro linear em áreas de produção de sementes.
Além de ser uma praga agrícola, por afetar o rendimento e a produtividade das lavouras, as ervas daninhas podem se tornar hospedeiras de percevejos. Logo, ao eliminá-las é possível reduzir a população de pragas.
Existe uma série de defensivos que podem ser usados no controle químico de percevejos. No entanto, para escolher a melhor opção, verifique a eficácia do produto e também o critério de seletividade para não prejudicar os inimigos naturais. Vespas, formigas, são excelentes controladores deste tipo de praga. Aplicações desses produtos somente com orientação de um Engenheiro Agrônomo.
Os bioinseticidas são grandes aliados no controle de percevejos, uma vez que além de apresentar uma excelente eficácia, os agentes têm ação seletiva e preservam os inimigos naturais.
Desde que observadas as tabelas de compatibilidade, os Bioinseticidas podem ser utilizados em conjunto com defensivos químicos, possibilitando eficiência de controle e manejo de resistência aos ingredientes ativos utilizados costumeiramente.
Com qualidade comprovada, os produtos da Oligos Biotec trazem eficiência e um novo conceito ao termo controle biológico, sem prejudicar o meio ambiente. Dentre eles, o Beauve 100 apresenta excelente eficácia contra uma série de pragas, como cigarrinhas, mosca branca, ácaros, entre outros.
Entre em contato conosco para adquirir as nossas soluções ou acesse o nosso site e conheça os produtos da Oligos Biotec.
A ocorrência de doenças nas variadas culturas, bem como o surgimento de pragas agrícolas são dos principais fatores limitantes na produtividade das lavouras. Neste cenário, o Manejo Integrado de [...]
A cafeicultura é uma das atividades econômicas mais importantes do Brasil. Não é por menos que o país é o líder mundial na produção e na exportação do grão. Dessa forma, o controle de prag [...]
Considerado uma das principais doenças do feijão, o Murcha-de-Fusarium pode causar danos severos à lavoura. Com sua capacidade de sobreviver por longos anos no solo, mesmo sem hospedeiros, o [...]