Atualizado em 25 de janeiro de 2023 às 03h01
A cafeicultura é uma das atividades econômicas mais importantes do Brasil. Não é por menos que o país é o líder mundial na produção e na exportação do grão. Dessa forma, o controle de pragas do café é um fator decisivo para manter a qualidade e a alta produtividade nas safras brasileiras.
Diante desse cenário, conhecer o hábito, o potencial destrutivo e como manejar esses insetos de forma eficiente é fundamental para o produtor evitar prejuízos em suas plantações. Pensando nisso, a Oligos elaborou um conteúdo explicando quais são as principais pragas do café, como identificar e controlá-las. Confira!
Também conhecido como MIP, o Manejo Integrado de Pragas apresenta excelentes resultados no combate das principais pragas do café. O método leva em consideração o histórico da área, o momento ideal para agir (Timming), as ferramentas a serem usadas (culturais, operacionais, produtos químicos ou biológicos, etc), custo-benefício da ação, os impactos causados sobre o meio ambiente e ao produtor.
Portanto, o intuito principal da estratégia é manter as infestações abaixo do nível de dano econômico (NDE), e lançando mão do controle químico quando a densidade das pragas atingir o nível de controle (NC).
Para isso, a metodologia utiliza diversas técnicas de manejo, algumas preventivas como controle cultural ou uso de agentes biológico, outras de ação imediata, como o controle químico. Como veremos abaixo, o conjunto de ações podem variar conforme a espécie da praga.
As brocas e o bicho mineiro, sem dúvida, são as principais ameaças da cultura do café, uma vez que podem causar grandes perdas na produção da lavoura e prejudicar drasticamente a qualidade do grão reduzindo seu valor comercial. No entanto, existem outras inúmeras ameaças que os produtores brasileiros enfrentam diariamente para manter a alta produtividade das lavouras. Confira as 5 principais pragas do café:
1 – Broca do café;
2 – Bicho mineiro;
3 – Ácaro vermelho;
4 – Cigarra;
5 – Cochonilha da raiz.
Veja abaixo as características de cada inseto-praga, como elas afetam as lavouras e os melhores métodos de manejo.
A broca do café (Hypothenemus hampei) é besouro (ordem Coleoptera) com cerca de 1,8 mm de comprimento e 0,7 mm de largura. Presente em todas as regiões produtoras de café do mundo, ela é considerada uma das principais ameaças dos cafezais, pois ataca os frutos em qualquer estágio de maturação, inclusive o grão já seco ou caídos no chão.
O ciclo de vida da broca do café pode durar de 20 a 35 dias, (ovo, larva, pupa e adultos). Vale destacar que as infestações começam a ser críticas por volta de 60 a 70 dias após a principal florada do cafeeiro, momento que em que o controle da praga se torna decisivo para se evitar explosão da população e consequentemente grandes danos a produção.
Após o acasalamento as fêmeas da broca do café saem para colonizar outros frutos com intuito de depositar ovos e iniciar um novo ciclo. Esses orifícios deixados por ela, tornam a planta mais suscetível ao ataque de microrganismos. Além disso, logo após o nascimento, as larvas da broca penetram no grão alimentando-se destes.
Com isso, o número de frutos de café brocados e quebrados aumentam exponencialmente, diminuindo o valor comercial da mercadoria. Os contratos de comercialização de café, normalmente, aceitam até 5% de grãos brocados. Lotes com índices acima destes tem seu valor reduzido. Quanto maior o percentual, maior o desconto.
Para o controle da broca do café recomendamos o Manejo Integrado de Pragas (MIP). Dessa forma, existem algumas alternativas que podem ser trabalhadas de forma integrada ou individual, entre elas o uso de bioinseticidas a base do fungo Beauveria bassiana, aplicação de defensivos químicos e armadilhas.
Como mencionamos antes, a broca se alimenta dos frutos em qualquer estágio de maturação, inclusive de grãos caídos, portanto, para prevenir a ocorrência dessa praga é primordial que se faça uma colheita e uma varreção bem-feitas de tal forma a se deixar o menor número possível de grãos para trás.
O bicho mineiro (Leucoptera coffeella) é uma mariposa considerada por muitos, a principal praga do café, pois costuma atacar as lavouras durante todo o ano, principalmente entre os meses de maio e outubro. Com uma coloração branca na fase adulta, o ciclo de vida desta espécie inclui as etapas de ovo, larva, pupa e adultos. Os períodos mais secos e de temperaturas elevadas, costumam favorecer essa praga.
Em seu estágio larval, os insetos penetram entre os tecidos da folha formando galerias. O tecido atacado morre, e em ataques mais severos provocam a queda de folhas reduzindo ainda mais a área fotossintética da planta e consequentemente a produção. As regiões atacadas normalmente são nos terços médio e superior das plantas.
A melhor forma de manter baixo o nível de infestação do bicho mineiro é por meio de monitoramento constante das lavouras, favorecimento da ação de agentes de controle biológico, como parasitóides e predadores, aplicação de biodefensivos, nos momentos que sabidamente as populações começam a crescer, mas quando ainda estão em baixa infestação, e em último caso, mas antes que situação saia do controle, ou seja, próximo de se atingir o nível de dano econômico, lançar mão de defensivos químicos, sempre buscando produtos mais seletivos e menos tóxicos.
O ácaro vermelho “Tetranychus ludeni” – mede cerca de 0,7 mm de comprimento e costuma ficar na parte inferior das folhas. Esse tipo de inseto ganhou importância a partir desequilíbrio causado pelo controle inadequado do bicho mineiro, por isso é importante que o produtor adote técnicas de manejo que não fortaleçam as pragas existentes e que não contribuam para o surgimento de novas ameaças.
A ocorrência do ácaro vermelho é mais recorrente em períodos quentes e secos. Ele ataca os ponteiros do café, deixando as folhas bronzeadas. Os danos mais severos podem levar à desfolhas e consequentemente diminuir a produção.
Para um controle eficiente do ácaro vermelho, é necessário tomar algumas medidas preventivas. Portanto, cuidado com o uso excessivo de inseticidas piretróides, evite causar danos aos inimigos naturais e redobre a atenção se sua lavoura for mais adensada.
O melhor método de controle do ácaro vermelho, consiste na aplicação de produtos seletivos que não prejudiquem os inimigos naturais, principalmente das joaninhas e dos ácaros predadores.
São várias as espécies de cigarras que causam danos aos os cafeeiros, as principais são: cigarras do café (Quesada gigas), cigarra fidicina (Fidicina spp.) e a cigarra colorida (Carineta spp.).
As cigarras que atacam a cultura do café costumam vir de áreas de abertura para novos plantios, com isso ela se dispersa das árvores cortadas vão para os cafezais. Após esse processo migratório, os cantos dos machos atraem as fêmeas, o que resulta no acasalamento e na postura dos ovos no solo.
Em geral, as espécies de cigarras que atacam a cultura do café atuam de forma semelhante. Elas sugam a seiva da planta pela raiz e causam o depauperamento progressivo do vegetal. Isso resulta no enfraquecimento do cafeeiro, na morte das raízes e na queda precoce das folhas. Todos esses danos, podem resultar na diminuição da produtividade e em casos extremos até na quebra de safra.
As medidas de controle das cigarras devem ser adotadas de forma integrada, por isso, é fundamental que o produtor siga o MIP. Indicamos o uso de bioinseticidas a base de Metarhizium anisopliae, fungo entomopatogênico que age parasitando a ninfa e o adulto do inseto. Além disso, pode-se utilizar inseticidas sistêmicos e armadilhas.
A Cochonilha da raiz (Dysmicoccus cryptus) é um inseto da ordem hemiptera, que tem como principal característica aparelhos bucais adaptadas para perfuração e sucção. Dessa forma, assim como as cigarras, ela também se alimenta da seiva do cafeeiro. Esta espécie é bastante comum nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Bahia e Paraná.
Danos
A sucção de seiva nas raízes faz com que a planta fique com uma coloração amarelada, com perda de folhas, podendo, em casos extremos, chegar à morte. Para reconhecer o ataque dessa espécie de praga, o produtor deve escavar uma área próxima ao colo do cafeeiro, onde normalmente ficam as colônias.
Para o controle eficaz da cochonilha, pode-se usar bioinseticidas à base de Beauveria bassiana, fungos entomopatogênicos bastante eficazes no manejo desse tipo de inseto. Além disso, uma excelente alternativa é combinar o uso de defensivos químicos com defensivos biológicos, ganhando eficiência e reduzindo os impactos no campo.
Atuando há mais de 10 anos no mercado, a Oligos é referência em soluções biológicas para o controle de diversas ameaças, incluindo as pragas do café. Nossos produtos agem a favor dos inimigos naturais e favorecem a reestruturação da cadeia alimentar.
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