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Controle biológico: qual o potencial de uso na cultura da soja e do milho?

milho

As culturas da soja e do milho são uma das mais importantes do mundo, sendo cultivadas em grande escala em diversos países. No entanto, a produção desses grãos é frequentemente afetada por pragas e doenças, o que pode resultar em perdas significativas na produção e aumento dos custos no combate desses insetos.

Neste cenário, o controle biológico surge como uma alternativa promissora, em associação com defensivos químicos, para se obter ganhos de eficiência nos resultados de combate às pragas e doenças e reduzir a possibilidade do desenvolvimento de resistências. Tudo isso com bons custos operacionais.

Nesse conteúdo você compreenderá o potencial de uso do controle biológico na cultura da soja e do milho e o motivo pelo qual a técnica representa um avanço na tecnologia agrícola. Acompanhe!

Controle biológico na cultura da soja

plantação de soja

A adoção do controle biológico na cultura da soja apresenta alta eficácia contra a maioria das pragas, sendo possível fazer o uso combinado de outras técnicas de manejo para maximizar o desempenho, por exemplo, o controle de pragas subterrâneas. Confira abaixo a gama de espécies que podem ser combatidas por meio dos agentes naturais.

Percevejos

Os percevejos são considerados uma das principais pragas das culturas da soja e milho. A espécie se alimenta da seiva da planta inserindo o rostro (peça bucal alongada) nas folhas, grãos, caule, raízes e grãos.

Esse ataque pode causar diversos danos, dentre eles: retardamento da maturação, com retenção foliar e permanência das hastes verdes, dificultando a colheita e a transmissão e, a propagação do fungo Nematospora Coryli Peglion que causa a necrose do tecido do vegetal.

Os bioinseticidas à base do fungo Beauveria Bassiana apresentam alta eficácia no controle do percevejo. Além disso, você pode utilizá-lo em conjunto com os defensivos químicos para potencializar os efeitos. Porém, lembre-se de consultar as tabelas de compatibilidade.

Mosca-branca

A mosca-branca (Bemisia tabaci) é  outra praga que se alimenta da seiva, atacando variadas culturas, incluindo a soja, algodão, feijão, uva, entre outros.

Com isso, além de prejudicar o desenvolvimento sadio das plantas, ela pode transmitir uma série de microorganismos patogênicos causadores de doenças, como o geminivírus e o vírus do mosaico (comum, anão, crespo e dourado).

Elas são difíceis de controlar, pois podem desenvolver rapidamente resistência aos pesticidas. Portanto, o uso dos agentes biológicos em conjunto com outras técnicas de manejo é essencial para o controle efetivo da mosca-branca. Para isso, você pode fazer o uso de vespas parasitoides ou utilizar bioinseticidas à base de Beauveria.

Ácaro rajado

O ácaro rajado (Tetranychus urticae) é uma praga comum na cultura da soja. Eles causam danos diretos às plantas ao se alimentarem da seiva. Em suma, eles prejudicam o crescimento sadio do vegetal e fazem com que as folhas fiquem amareladas e enroladas.

Além da rotação da cultura, o uso de acaricidas, normalmente, geram bons resultados, assim como o uso de inseticidas biológicos como a Beauveria Oligos.

Outra grande vantagem de adotar o bioinseticida no controle do ácaro é a ação seletiva dos agentes biológicos que preservam os inimigos naturais, como a joaninha, que são predadoras naturais da praga.

Corós

Os corós ou pãos-de-galinha causam danos diretos às plantas, atacando as raízes, e consequentemente, reduz o crescimento e a produção da lavoura.

São muito difíceis de se controlar, demandando produtos de alta toxicidade, mas o controle biológico, através de fungos entomopatogênicos têm se mostrado uma alternativa viável, operacional e economicamente.

Leia também: Pragas da soja: conheça as 10 principais e como combatê-las!

Controle biológico na cultura do milho

plantação de milho

O controle biológico é uma alternativa sustentável e eficiente para o manejo de pragas na cultura do milho. Além de contribuir para a preservação do meio ambiente e a saúde humana, o método pode ser uma estratégia de baixo custo para o produtor.

Veja abaixo algumas das pragas que podem ser manejadas por meio do controle biológico na cultura do milho:

Cigarrinha do milho

Cigarrinha do milho (Baldutus maidis) é uma praga que ataca as plantas sugando a seiva e causando danos diretos às plantas. Além disso, elas também podem transmitir doenças, como o enfezamento do milho, enfermidade causada pelos organismos Spiroplasma kunkelli (enfezamento pálido) e fitoplasma (enfezamento vermelho).

O controle biológico da cigarrinha do milho pode ser feito por meio de insetos predadores, como vespas parasitoides que se alimentam das cigarrinhas, ou através de bioinseticidas à base de fungos como a Beauveria Oligos (Beauve100).

Pulgão do milho

O pulgão do milho (Rhopalosiphum maidis) é uma das principais pragas da cultura do milho em todo o mundo. Normalmente as populações do inseto ficam sobre as folhas se alimentando da seiva das plantas, o que pode causar murchamento das mesmas, principalmente na época da seca.

Além disso, assim como a cigarrinha do milho, essa espécie de pulgão transmite microorganismos patogênicos, como o vírus do mosaico. Dessa forma, se não controlada, a praga pode causar danos expressivos à lavoura.

O controle biológico tem se mostrado uma alternativa eficaz e sustentável para o manejo do pulgão do milho.

Lagarta-do-cartucho

A lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) é um inseto polífago com grande potencial de danos, principalmente à cultura do milho. Isso porque o uso desenfreado de alguns defensivos reduziu a população de inimigos naturais da praga, além de torná-la resistente aos pesticidas. 

Esse inseto se alimenta das folhas e se aloja no cartucho da planta, prejudicando diretamente a produtividade da lavoura.

O controle biológico é uma estratégia eficaz e sustentável para o controle da lagarta-do-cartucho na cultura do milho.

Vantagens do controle biológico na cultura da soja e do milho

Controle biológico

O controle biológico apresenta diversas vantagens na cultura da soja e do milho, algumas delas são:

  1. Redução no uso de agrotóxicos: ao utilizar organismos vivos para combater as pragas, é possível reduzir a necessidade de agrotóxicos, diminuindo os custos e os impactos negativos no meio ambiente e na saúde humana.
  2. Preservação da biodiversidade: o controle biológico é uma técnica que respeita o equilíbrio natural dos ecossistemas, preservando a diversidade biológica e reduzindo a pressão seletiva sobre as espécies.
  3. Eficiência no controle de pragas: as estratégias de controle biológico são altamente específicas e eficientes no combate a pragas específicas, evitando danos à cultura e minimizando prejuízos.
  4. Melhoria da qualidade do solo: o controle biológico contribui para a melhoria da qualidade do solo, ao favorecer o desenvolvimento de microrganismos benéficos e aumentar a matéria orgânica.
  5. Valorização do produto: a utilização de técnicas sustentáveis, como o controle biológico, pode valorizar o produto no mercado, atendendo às demandas de consumidores cada vez mais conscientes e preocupados com a preservação ambiental.

Conclusão

plantio

O potencial do uso de controle biológico nas culturas da soja e milho é enorme. Essa técnica é mais sustentável economicamente e ambientalmente mais amigável.

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